Ética: os dilemas nas grandes corporações
Ética: O dilema nas grandes corporações
Apesar do foco na vanguarda tecnológica, os CEOs das big techs expressam constantemente o seu compromisso com o comportamento ético e transparentes com o mercado e com seus clientes.
Apesar desse esforço, essas empresas estão sempre expostas na mídia, com assuntos relacionados à ética na prática dos negócios.
Por exemplo, há 25 anos atrás o governo norte-americano abriu uma ação contra a Microsoft, por esta exigir que todos os computadores pessoais vendidos com o sistema operacional Windows fossem equipados exclusivamente com o navegador Internet Explorer.
Exatamente durante este mês corrente, está em julgamento outro grande processo. O Departamento de Justiça dos EUA alega que o Google agiu de forma monopolista ao tentar fechar acordos com fabricantes, principalmente a Apple. O propósito era tornar o seu mecanismo de busca o padrão nos dispositivos. Ainda ouviremos muito a respeito na mídia.
Há grandes questionamentos que constantemente necessitam de respostas: quando o discurso realmente se transforma na prática? Até que ponto funcionários sem o devido senso de ética colocam companhias de boa reputação em maus lençóis com seus atos individuais?
Pude vivenciar experiências durante o período em que trabalhei na GE, de fatos que fugiam ao controle dos líderes. Jack Welch e seu sucessos como CEO, Jeff Immelt, ambos sempre tiveram bandeiras de ética extremamente fortes. Aprendi lá as melhores práticas de compliance e os mais sofisticados treinamentos sobre ética. No entanto, sempre surgiam indivíduos sem princípios, cujos atos isolados levavam a companhia às primeiras páginas dos jornais.
Esses cenários nos fazem refletir. Processos de treinamento sobre ética e controles rigorosos restringem comportamentos, mas não moldam o caráter. No final, tudo recai sobre o indivíduo.
Para arrematar, na pesquisa feita nos EUA anualmente pela Axis Harris, na qual é medida a reputação das 100 principais companhias, em 2023 a Meta, a Tweeter e a Fox, são classificadas como “poor”, entre os cinco últimos lugares do ranking. É para se pensar...
Quando chegar o dia em que sofisticados programas de IA (Inteligência Artificial) conseguirem detectar falhas de caráter nos processos de seleção, muitos problemas serão resolvidos.
Enquanto isso, está em nossas mãos, como indivíduos, aprender e praticar princípios que tragam discernimento para qualquer situação de risco e, como líderes, agir com o poder do exemplo. Não há treinamento melhor para liderar toda uma organização.