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'Etarismo": Onde começa a discriminação?

Etarismo: Preconceito e Auto preconceito

Muito se fala e escreve para quem não é desse “clube”, buscando compreensão e sensibilidade. Meu propósito é dirigir-me justamente aos membros desse “clube”.

Parece fácil determinar uma idade para pertencer a ele, mas a realidade mostra que não é bem assim. Diferentes áreas de atividade classificam as pessoas no “clube” em idades variadas. Estou me dirigindo àqueles que sentem que sua idade é superior à média de seus pares e gestores.

Estes são apenas pensamentos, não me atrevo a chamá-los de conselhos ou recomendações, pois já estive nesse lugar. Conheço os sentimentos e enfrentei meus “fantasmas”. Alguns venci, outros não. Seguem algumas reflexões baseadas no que aprendi:

Busca de emprego: mais paciência

O processo de busca de emprego para alguém mais experiente pode ser mais longo. Não é adequado comparar com quando se é mais jovem. Esse tempo extra não implica necessariamente preconceito. Muitas vezes, se trata de conciliar uma vasta experiência com os requisitos de um cargo. Na maioria das vezes, a primeira supera o segundo.

Um currículo extenso pode evidenciar essa disparidade. Reformular o CV de maneira concisa e focar no que a empresa procura pode ser uma estratégia. Muitos entrevistadores podem temer o desconhecido, serem guiados por um instinto de autopreservação ou até mesmo carecerem de visão sobre as realidades atuais. A paciência e a perseverança se tornam ainda mais cruciais.

Vitimar-se não é o caminho

Vitimizar-se é o pior caminho. Campanhas de conscientização são lentas e muitas vezes é preciso encontrar rapidamente um novo emprego. Esse sentimento de vitimização mina a autoestima. Cada um tem sua realidade, assim como as organizações têm as suas. O melhor a fazer é enfrentá-las com determinação.

A experiência não exclui a necessidade de inovação e atualização. O que, às vezes, chamamos de discriminação pode, na realidade, ser uma acomodação de nossas competências. Podemos nos tornar obsoletos, não pela idade, mas pela mentalidade estagnada.

Generalizar dizendo que todos têm preconceito com a idade é um erro. Conheço muitas pessoas e empresas que valorizam profissionais mais experientes. Entretanto, pode levar mais tempo do que o usual para encontrá-las.

Se detectar preconceito, sinta compaixão por quem o pratica. Avaliar o quão equivocado alguém ou uma organização pode estar em suas percepções é um poder que a experiência traz.

A experiência é sempre valorizada

Pode ser mais gratificante demorar para encontrar um lugar onde você é realmente valorizado do que aceitar uma posição apenas para preencher cotas.

A adaptação a um ambiente com colegas e gestores mais jovens é um desafio que muitas vezes começa dentro do próprio "clube". É necessário um esforço mútuo de ambos os lados.

Nossa percepção pode ser distorcida. Muitas vezes, os membros do “clube” se veem de uma maneira, enquanto os outros têm uma visão diferente. Essa autopercepção precisa de revisão.

Perseverança

Por duas vezes em minha carreira, acreditei estar acima da idade ideal para determinadas oportunidades. Estava enganado, e tive amigos que me ajudaram a ver a realidade.

Em momentos de incerteza, encontre sua âncora. Analise as circunstâncias, faça um plano e siga em frente. O conselho mais direto e impactante que recebi de um headhunter foi: “Confie em seu taco!”.

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