"Pausa para Meditação"
Tenho postado artigos, sempre focados em carreiras e em guerras. Realmente parecem ser dois assuntos que não se combinam, a não ser na minha cabeça. Vou explicar o porquê, pois é necessário se entender o contexto de todos os assuntos que tenho abordado nestas postagens.
Vivemos em mundo extremamente complexo, com uma velocidade de mudanças nunca antes vista. Nossos conhecimentos ficam obsoletos muito rapidamente e é um desafio impressionante estarmos sempre atualizados nas competências que necessitamos para o dia a dia de nossa carreira.
As ferramentas de marketing, finanças, engenharia, e muitas outras áreas, são atualizadas em uma velocidade superior à nossa capacidade de acompanhar. Somando-se às transformações gigantescas no uso da internet, fazem com que o aprimoramento de nossas competências se torne uma tarefa difícil de ser completada.
Há, porém, um conjunto de habilidades que não mudam com o tempo, as quais denomino como competências permanentes, que tendo sido usadas no passado, continuam sendo válidas no presente e o serão no futuro. São o alicerce sobre o qual se constroem todas as outras competências. Ainda por cima de tudo isto, as identifico em ambientes de conflitos e de guerras, nos quais são utilizadas em sua plenitude, pois não há nenhuma situação de maior pressão.
A primeira impressão que se tem ao se ligar com exemplos de guerras é de que seu uso é agressivo no “combate” aos seus “adversários” do ambiente de trabalho, a fim de que se tenha a “vitória” final em sua carreira. Esta percepção está muito longe da realidade. Os exemplos e episódios são usados, entretanto, para a identificação de habilidades que se possam trazer para serem utilizadas em seu desenvolvimento profissional e até pessoal. Confirmam que estas competências permanentes são realmente permanentes em meio a todas as outras que buscamos adquirir, aí sim, para a nossa “sobrevivência” profissional.
O segundo aspecto é a utilização intensa de exemplos da Segunda Guerra Mundial. Anos atrás, cheguei a pensar que que seu uso estaria ficando obsoleto, em razão do longo tempo de seu término. Para minha surpresa, este tema continua muito vivo e atualizado, tanto na literatura, em novos registros históricos descobertos e publicados e nas mídias, na forma de séries, filmes e documentários. Enquanto escrevia este artigo vi que a Netflix trouxe um novo filme, lançado realmente este ano, chamado “A Batalha Esquecida”, de produção holandesa, falado em três idiomas – holandês, inglês e alemão – a respeito de um episódio ocorrido na Holanda em 1944.
Dentre os muitos livros lançados recentemente li em “ O Amigo Alemão” a emocionante história de um piloto alemão que salva a tripulação de um bombardeio americano e tocante reencontro décadas depois. “Os Homens que Salvavam Livros” retrata a corajosa iniciativa passada na Lituânia, em que um grupo de homens mantiveram protegidos o legado judeu em livros, para que não fossem destruídos. A história de “Code Name: Lise” (Nome em Código: Lise) nos mostra as narrativas sobre a mulher espiã inglesa mais condecorada por suas ações na França. “O Arquiteto de Paris” e “Toda Luz Que Não Podemos Ver” são exemplos de lindas histórias de ficção ambientadas durante o período da guerra.
São literalmente milhares de publicações recentes, sem se contar a reedição de grandes clássicos como “Memórias da Segunda Guerra Mundial” de Winston Churchill. Depois da Segunda Guerra, nenhum outro conflito teve tanto impacto na Humanidade (felizmente) ou esteve livre de controvérsias políticas, étnicas ou religiosas, a ponto de tantas memórias serem escritas e revividas. Este, portanto, é o grande palco sobre o qual lançamos os holofotes dos exemplos e episódios relatados nos artigos.
Como último passo as habilidades são "transportadas" para a realidade de nossas carreiras, fazendo com que estas verdadeiras "lições de guerra" se tornem de grande valor, comprovando que são imutáveis com o tempo e aplicadas em qualquer ambiente. Listo aqui estas importantes competências.
Ter a capacidade de tomar decisões, de ser resiliente e a constante atualização são competências importantíssimas no âmbito pessoal. Quando expandimos para as nossas equipes, vem a nossa própria capacidade de trabalhar em equipe, de termos uma real liderança moral e de estarmos sempre na "linha de frente" junto aos funcionários e clientes, onde realmente a ação acontece.
Quando olhamos as nossas carreiras do ponto de vista de toda a nossa trajetória, precisamos saber planejar a longo prazo, a entender as culturas internacionais, quando lidamos com o paradoxo de um mundo globalizado, porém com culturas locais e fechadas e de entendermos que construir a percepção correta do que somos, é tão importante para o nosso futuro quanto o que realmente fazemos.
Por fim vem a "competência mestra", mais um princípio do que uma competência que é a Ética nos negócios e no ambiente de trabalho.
Nesse contexto há duas diferenças básicas: não sou um teórico ou pesquisador destes assuntos, pois são fruto de minha própria experiência. Segundo, os exemplos que trago são os que vi com os meus próprios olhos ou senti "na carne". Representam para você "atalhos" e "desvios de armadilhas" para que a sua trajetória possa ser mais suave do que a minha e talvez evitar que você cometa os erros que eu cometi.
Embora assuntos importantes, não falo de temas como preparação de currículos, como portar-se em uma entrevista ou na maneira de lidar com o seu chefe, mas de aspectos mais amplos que afetam a sua carreira, conforme descritos acima.
Em meu blog você encontra os artigos já escritos sobre Ética, Decisões, Percepções, Trabalho em Equipe, Estar na Linha de Frente e Resiliência. Vou escrever sobre as outras competências e voltar a diferentes aspectos destas, pois são assuntos inesgotáveis!
Esta "pausa para meditação" é para a ponderação de que não sou um "professor", mas simplesmente alguém mais à frente na jornada, que estende a mão a você em sua própria jornada, através de competências permanentes, testadas em ambientes de guerra e que fortalecerão a sua trajetória profissional.