Chegar aos 60 anos pode ser assustador. É como desembarcar no fim da linha de uma longa viagem de trem e se perguntar:

“E agora, o que vou fazer?”

Muitos estão preparados para esse momento. Outros, como eu, foram pegos de surpresa. Na minha cabeça, eu ainda teria mais dez anos de vida corporativa. Mas circunstâncias me levaram a tomar uma decisão — e iniciei meu voo solo.

Meu segundo erro? Olhar só para frente. Pensei no que o mercado esperava: consultoria, conselhos, eventualmente dar aulas. O verdadeiro caminho, porém, começou a se formar quando resolvi olhar para trás e analisar cuidadosamente a minha trajetória.

Só então montei o “produto” chamado eu mesmo — e fui oferecer o que tinha construído ao longo da carreira.

Hoje vejo profissionais com quem trabalhei no passado brilhando em áreas diversas — consultorias, treinamentos, conselhos, negócios próprios. Muitos seguiram esse rumo muito antes dos 60.

Mas todos tinham algo em comum: foram excelentes no que faziam.

Esse relato se conecta ao desafio do etarismo. E, se esse “fantasma” bater à sua porta, aqui vão reflexões importantes:

• Tenho consciência de que minha situação mudou? Reconheço, com realismo, que o tempo deixou suas marcas?

• Tenho me mantido atualizado na minha área? Estou de fato à frente de gerações anteriores em práticas modernas e tecnologia?

• Uso apenas a palavra “experiência” para descrever minhas competências, ou consigo apresentar resultados consistentes?

• Levo comigo o legado da minha carreira, com uma trajetória sólida e reconhecida?

Ao responder a essas perguntas com honestidade, você talvez perceba que o maior desafio não é o preconceito com a idade — mas a sua preparação real para o novo momento. Lembre-se, nunca é tarde para começar.

Se você estiver bem com suas respostas, é hora de cuidar da autoestima e ir atrás das oportunidades. Elas demoram um pouco mais — mas chegam.

E então, ao desembarcar naquela “estação final”, você pode se surpreender ao ver outro trem esperando por você. Eu embarquei nesse segundo trem há 14 anos e nunca imaginei uma viagem tão emocionante!