Li o livro Unbroken, de Laura Hillenbrand, logo que foi lançado em inglês, pois já conhecia a autora. Pouco tempo depois foi traduzido para o português com o título “Invencível”. Para minha agradável surpresa, anos mais tarde transformou-se em um filme do mesmo nome, dirigido por Angelina Jolie.

O livro conta a história de Louis Zamperini, um veterano da Segunda Guerra Mundial. Antes da guerra foi um corredor olímpico de grande destaque. Depois de alistar-se sobreviveu a uma queda de avião no Pacífico, passando 47 dias em um bote inflável à deriva, para, por fim, ser recolhido por um navio japonês. Passou os dois anos e meio seguintes em três campos de prisioneiros de guerra, sendo o último em Tóquio.

Há milhares de histórias não registradas, mas esta, para mim, é um exemplo excepcional de resiliência durante a guerra. As pressões físicas e emocionais que Zamperini enfrentou são indescritíveis, desde a sobrevivência no mar até o tratamento extremamente desumano do inimigo, em particular um oficial que o marcou para toda a vida.

A palavra “Invencível” usada como tradução, acredito que tenha sido estética ou comercial, mas a expressão “unbroken” em inglês tem um sentido muito mais profundo, de resistência, de “inquebrável”… de resiliência.

Nas guerras, quando não há saída, a resiliência é testada em seu limite. Quando há “escape” nos desafios do dia a dia, temos a tendência de tomar o caminho de menor resistência.

Não há um “curso” ou treinamento sobre resiliência. É aprendida na prática, em situações de stress, amargura, injustiça, frustrações, desânimo, e muitas outras. Trata-se da mesma situação que jogar no mar alguém que não sabe nadar e dizer…”vire-se!”. Assim como o stress do levantamento de peso é que fortalece os músculos ou a alta temperatura quase destrói o aço no processo de têmpera para torná-lo mais resistente, assim também situações que exigem resiliência nos tornarão resilientes…se não escolhermos a rota de fuga!

Não existe chefe ou emprego perfeito, tarefas que façamos felizes todos os dias, é difícil escapar das ocasiões em que não entregamos os resultados ou das que não fomos reconhecidos.

Nosso crescimento dificilmente será linear. Nossas carreiras têm picos e vales e a nossa resiliência nos vales será a mola propulsora para alcançarmos os mais altos picos.