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Alguns fazem a gestão da sede. Outros, não…

Estamos no ano de 1941, na Inglaterra. Londres, e depois várias cidades, ficaram sob pesado bombardeio da aviação alemã. Nosso episódio ocorre quando Winston Churchill, Primeiro-Ministro da Inglaterra, junto com a sua comitiva, visita de trem a cidade de Bristol.

Por uma infeliz coincidência, naquela noite, 150 bombardeiros alemães atacaram a cidade com bombas incendiárias e explosivos. Durante seis horas, duzentas toneladas de explosivos e trinta e sete mil bombas incendiárias foram lançadas, matando 180 civis e ferindo outros 382.

No dia seguinte, Churchill fez uma vistoria de carro por toda a cidade. Como a visita não havia sido anunciada, ao passar pelas ruas, as pessoas o reconheciam. Primeiro vinham os olhares de surpresa, depois, sorrisos e admiração. Ao ser cercado por uma multidão, Churchill colocou o chapéu na ponta da bengala e o levantou, para que os que estavam mais afastados pudessem vê-lo. Fazia um contato visual direto com as pessoas.

A comitiva seguiu para a Universidade de Bristol, onde ocorreria uma cerimônia de outorga de títulos honorários. Algo realmente dramático. O prédio ao lado ainda queimava, e vários dos acadêmicos e convidados vinham com as roupas ainda chamuscadas, pelos combates aos incêndios.

Como parte de seu discurso, Churchill disse:

“Tento sair o máximo possível da sede do governo para visitar áreas bombardeadas. E vejo, lado a lado com a destruição, rostos calmos, confiantes e sorridentes, conscientes de estarem ligados a uma causa maior do que qualquer questão pessoal. Vejo o espírito de um povo inquebrantável.”

Em meio ao desastre, Churchill deixara um rastro de esperança, de resiliência, de determinação em combater o inimigo. Ele estava... no campo.

Ao olhar a minha carreira pelo espelho retrovisor, os momentos de reuniões no exterior, dos resultados atingidos, e muitos outros fatos, aparecem nublados. O que permanece vivo são as experiências do campo.

É o cumprimento emocionado de um técnico que, com 18 anos de casa, nunca teve a chance de um aperto de mão do presidente. Do supervisor de campo, corado pela intensidade de seus sentimentos, enquanto falava das agruras de sua equipe. Do relacionamento com clientes difíceis, agora meus amigos. Dos passeios no chão de fábrica e das amizades lá desenvolvidas. Esta lista é infindável.

O campo fala. O campo grita. O campo educa sem relatórios. O campo dá os olhos nos olhos com pessoas. O campo mostra as frustrações — e as vitórias não divulgadas. No escritório se vê as informações. No campo se sente a realidade. O campo... é o negócio! É só estar lá.

Nota final: Entre os anos de 1940 e 1941, os bombardeios no Reino Unido deixaram um saldo de 44.652 mortos (5.626 crianças) e 52.370 feridos.

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