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A Incrível Invasão dos Prompts

Vamos falar da Inteligência Artificial no contexto do uso pessoal desse recurso, através de plataformas disponíveis, sendo a maior delas hoje a OpenAI, com o ChatGPT.

Observando os milhares de cursos disponíveis, tanto gratuitos quanto pagos, há sempre um menu imenso de “prompts” – modelos de diálogos e pedidos para a IA. O último que vi oferecia uma incrível quantidade de 4.000 prompts. Isso me levou a ponderações que compartilho aqui.

Suponha que você tenha um filho de nove anos e que sua classe na escola tenha cinquenta alunos. Em certo momento, ele tem dez dúvidas diferentes para a professora. Como ainda não sabe perguntar diretamente, ele recorre a dez colegas conhecedores dos assuntos para que falem com a professora.

Percebendo toda essa trabalheira, ele resolve concentrar suas dúvidas em dois ou três colegas que sabem como fazer as perguntas, para aprender com eles. Por fim, ele aprende e sabe como tirar suas dúvidas diretamente com a professora.

Normalmente, esse é o processo de aprendizado para "dialogar" com a IA. No entanto, os menus excessivos de prompts mostram que muitas pessoas ainda estão no primeiro estágio do seu filho. É como ficar sempre esperando por um peixe qualquer, ao invés de pegar uma vara, uma linha e um anzol, e pescar o peixe que você mais gosta.

É irônico pensar que a mais avançada das tecnologias depende tanto de duas das mais antigas habilidades da Humanidade: ler e escrever. A leitura intensa gera um vasto vocabulário que aumenta a capacidade de articulação. O resultado é a fluidez em transformar pensamentos complexos em escrita clara. Isso é benéfico nos diálogos com a IA e traz a capacidade de ser autodidata, uma enorme vantagem nos dias de hoje.

Esse cenário traz diversos questionamentos: O que acontecerá com os prisioneiros das telinhas, que usam apenas para redes sociais, jogos e mensagens?

Na minha geração, no então primeiro grau, eu tinha aulas de leitura em voz alta, ditado, inúmeras chamadas orais e resumos de livros, falados na frente da classe, sem nenhum auxílio. Foi uma base fantástica para a IA! E a geração de crianças e adolescentes de hoje? Como farão essa transição?

Qual o papel das escolas. e dos pais, em garantir que as crianças desenvolvam habilidades sólidas de comunicação e pensamento crítico?

Quantos de nós estamos preparados para sermos autodidatas em tecnologia, em uma época em que a academia corre o risco de ter seus conceitos obsoletos na colação de grau?

Por fim, em que estágio de aprendizado você está em relação ao seu filho fictício deste artigo? Deixo aqui meus votos para que você não seja um dependente eterno dos "prompts prontos"!

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