A Incrível força de uma mente inquisitiva
Na semana passada, o mundo testemunhou um marco histórico no espaço. A SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, realizou o primeiro voo bem-sucedido com o maior foguete do mundo, o Starship. Seu sucesso representa os primeiros passos de uma possível viagem à Marte.
Essa epopeia teve início em 2001, quando Musk decidiu transformar seu sonho de construir um foguete em realidade. Na busca por uma drástica redução de custos, deparou-se com milhares de regulamentos e especificações da NASA e de vários setores militares. Seu biógrafo, Walter Isaacson, narra o que se passou:
"Sempre que um engenheiro citava 'uma exigência' como razão para fazer algo, Musk questionava: quem fez essa exigência? E não aceitava como resposta 'os militares' ou 'o departamento jurídico' (...) insistia que eles soubessem o nome da pessoa que havia determinado a exigência."
“Quando conversava com sua equipe sobre como qualificar um motor ou um tanque de combustível, e recebia como resposta que os obstáculos eram as especificações da NASA, repetia: ‘Quem escreveu isso? Por que isso faz sentido?’ Todas as exigências deviam ser tratadas como recomendações, instruía ele.”
É irônico o fato de que, vencidos todos esses desafios, a iniciativa privada foi mais eficiente do que a NASA, que agora conta com o Starship para a próxima viagem tripulada à Lua. Algo totalmente impensável há muito pouco tempo.
Lembro-me de quando fazia a gestão de um negócio através de sistemas de qualidade. No final de cada mês, fechávamos os resultados e analisávamos as métricas. Para cada item com objetivos não atingidos, buscávamos as famosas "não conformidades". A regra era simples: após 5 "porquês" consecutivos para cada item, chegávamos à causa raiz do problema.
Esse procedimento era para olhar o passado. Com relatos como os de Musk, estamos claramente em outra época: fazer as 5 perguntas para o presente e para o futuro. Questionar o porquê de cada ponto do negócio, do departamento, do time ou de sua função individual.
É preciso muito cuidado, pois essa atitude não significa ter o espírito crítico de apenas apontar defeitos. Uma mente inquisitiva representa a constante análise do que se faz hoje, explorando caminhos para fazê-lo melhor. Significa não aceitar barreiras pelo simples fato de que sempre foram dessa forma.
É bom refletir sobre todo esse cenário antes que o concorrente, o mercado ou, até mesmo um colega de trabalho o faça...e seu "foguete" fique para trás.