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80 anos - 6 de junho de 1944 - Lições do " Dia D "

Há exatamente 80 anos, em 6 de junho de 1944, ocorreu a Operação Overlord, que foi a invasão das tropas Aliadas na Normandia, marcando o início da libertação dos territórios ocupados pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, no famoso "Dia D".

Foi a maior movimentação militar da história. Ao todo, havia 5.333 navios, variando de belonaves a navios-transporte e embarcações de desembarque, levando cerca de 800 mil soldados, número que chegaria a mais de 2 milhões até agosto. Eram oriundos de 12 nações.

No ar, entrou em ação a maior armada aérea já reunida. No Dia D, os Aliados realizaram mais de 14 mil ataques aéreos. Participaram 3.467 bombardeiros pesados, 1.645 bombardeiros médios e 5.405 caças.

Embora haja centenas de lições que um episódio como esse pode nos trazer, gostaria de me ater a uma delas.

Com todo o minucioso planejamento, muitas coisas saíram erradas. Em algumas praias, a resistência foi muito maior do que a esperada, e o mau tempo impediu grande parte do apoio aéreo tão necessário. Um número elevado de embarcações levou soldados a praias totalmente erradas, provocando um verdadeiro caos na mistura de tropas, unidades de combate e oficiais de comando.

Sem a possibilidade de os generais reorganizarem o caos, tudo dependeu dos oficiais da linha de frente, que no improviso e na capacidade de liderança, levaram os soldados a atingirem seus objetivos.

Na minha observação, tivemos aqui dois pontos fundamentais: primeiro, todos, desde oficiais até os soldados, sabiam exatamente os objetivos a serem atingidos. Segundo, foi fundamental o treinamento e conhecimento dos oficiais de média patente.

Ainda hoje, é elevado o número de companhias, dos mais diversos portes, onde os gerentes e funcionários não conhecem com exatidão os objetivos da companhia. Pior ainda, não têm ideia de seu papel individual para que esses objetivos sejam atingidos.

Pude testemunhar esse fato durante o tempo em que dei aulas em cursos de MBA. Em classes de bom nível, com participantes já maduros profissionalmente, inclusive trabalhando em grandes bancos e companhias gigantescas, minha pergunta favorita era: "Quem sabe exatamente quais são os objetivos de sua organização?" Poucas eram as mãos que se erguiam.

O dinamismo, engajamento e resultados das companhias que focam nesses pontos fundamentais são inigualáveis. A transparência nos objetivos, o desenvolvimento de seu time gerencial  (para enfrentarem o imponderável), e processos para levar esse entendimento a absolutamente todos os níveis hierárquicos fazem toda a diferença.

Se funcionou nas guerras, debaixo de pressões inigualáveis e sem as sofisticadas nomenclaturas de hoje, é uma lição tão simples que irá funcionar em qualquer tipo de companhia.

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